Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma --- tenho a calma,
A calma --- do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida --- nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai! não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
Almeida Garrett
Hum... tão bom este poema... sempre gostei tanto dele!
quinta-feira, novembro 29, 2007
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2 comentários:
Oh tao lindo este poema!Faz-me lembrar as nossas aulas de portugues,que saudades.. e o meu tozé desde que o leu andava sempre a dizer isto...bons velhos tempos! ADORO-TE AMIGA!
Tânia
" és bela, e eu nao te amo, ò bela... ... não te amo não, quero-te"...
Tanusca páh, este é para o resto da vida! :)
beijinhus para ti... e pró Tonho Zéi!
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